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terça-feira, 8 de julho de 2008

TUDO de bom

A palavra projeto, enquanto substantivo masculino, segundo o Aurélio, é idéia que se forma de executar ou realizar algo. Já vimos de tudo, idéias dentro e fora do lugar, projetos que são lindos no papel e inviáveis na prática, que estavam complicados no início, mas depois tomaram forma; outros, porém, redondos do início ao fim.
Ontem e hoje, vimos um exemplo deste último. A Cia. TUDO (Teatro Universitário de Dourados) esteve presente no palco do Teatro Municipal, com exercícios teatrais feitos a partir das obras de Nelson Rodrigues, “a vida como ela é” e “viúva, porém honesta”. Um projeto da Coordenadoria de Cultura da UFGD, comandada por Emmanuel Marinho, com muito entusiasmo e carinho, e executado por Fabrício Moser, um jovem artista errante, que dirige cada exercício teatral com profissionalismo e vontade.
Para início de conversa, o ingresso era um livro infantil, facilmente encontrado em lojas do ramo e supermercados com preços acessíveis. Parece que o teatro já começa aí. O prazer de, ao comprar um livro, buscar na memória lembranças das primeiras leituras de alguns clássicos da Literatura Brasileira, como os contos de Machado de Assis e de imaginar uma criança lendo-as sem saber qual será sua reação diante daquilo tudo, tomam forma realista quando percebemos que o mesmo ingresso revela um universo de necessidades e carências, que muitas vezes, o Estado, sozinho, não consegue sanar.
No palco, alunos da universidade e membros da comunidade. Juntos, eles dão sentido à palavra extensão universitária. Cidadãos, douradenses ou não, que dispensaram parte do seu, puseram-se à prova, se permitiram e se testaram em nome de uma arte que acreditam. No mesmo palco, dividiram espaço, com o profissionalismo que se espera de uma montagem rodrigueana e o nervosismo competente de atores em formação. Entre risos e reflexões, a missão cumprida e a arte executada.
O teatro embriaga, e em tempos de Lei Seca, deixa a noite de terça-feira mais alegre. A universidade se faz presente e valoriza a cultura, a criatividade e o talento local. Os espaços públicos, como o Municipal, são ocupados para fins realmente públicos. Parece que começamos a consumir aquilo que produzimos com sabor douradense.
Sei não, tão sentindo um gostinho de quero mais?

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