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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

SPINDEL, Arnaldo. O que é Socialismo. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1986.[1]

Mercolis Alexandre Ernandes[2]

À luz da I Internacional, o marco inicial do advento do socialismo científico foi à publicação do Manifesto do Partido Comunista, em meados de 1848. As principais idéias contidas neste documento partiram das reflexões de Karl Marx e Frederic Engels. Neste sentido, suas propostas caminham na direção de uma revolução proletária, intensificada pelo movimento de greve nas unidades fabris. Depois disso viria a Ditadura do Proletariado, no qual o Socialismo seria efetivamente instaurado. No projeto de Marx e Engels, estava presente a melhoria na educação dos trabalhadores, a representatividade partidária, e um período ditatorial curto. Divulgado mundialmente, o texto do manifesto, foi absorvido de diferentes formas. Ao chegar na Rússia, encontram em Bakunin, algumas divergências. Para boa parte dos trabalhadores russos não havia a necessidade de educação e organização das massas, nem o trabalho sob a conduta de um partido. Mas acreditava que umas elites revolucionárias, apoiadas pelos camponeses e pelos trabalhadores seriam capazes de detonar a revolução e atingir o poder.

Ao longo de 12 anos, trabalhadores do mundo inteiro discutiam suas condições de trabalho e como combater o crescente capitalismo. Reunidos em Paris, no evento chamado de Comuna de Paris, os trabalhadores não entraram num consenso a respeito dos caminhos a serem tomados em escala mundial. Foi também nessa situação que o Socialismo encontrou seu pior inimigo, gerado ali em seu próprio meio: o Anarquismo, que propunha uma passagem direta à uma sociedade sem Estado. Ao clarear 1876, foi decretado o fim da I Internacional cujas principais contribuições foram o sentimento de que socialismo implica em liberdade, e uma diminuição das concepções utópicas do socialismo.

Com o fracasso do I Internacional, franceses e ingleses não conseguem se articular de maneira satisfatória, ainda mais com a morte de Marx em 1883, Engels não apóia a reedição do Congresso Internacional de Trabalhadores, e desse modo, os franceses apresentaram um quadro de organização de trabalhadores, tendo de um lado marxistas franceses e sociais-democratas, geralmente de base ideológica francesa, e de outros reformistas franceses apoiado pelos sindicalistas ingleses, que realizaram congressos trabalhistas paralelos às reuniões do Congresso Internacional. Um ano depois, em Bruxelas, houve uma união dos grupos, dando abertura à II Internacional, na qual as principais discussões foram regidas pelas idéias de BERNSTEIN, ou seja, socialismo modernizado à luz do capitalismo; as dos MARXISTAS MODERADOS, em outras palavras a aplicação pura das teorias marxistas; e por fim, os MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS, cujos expoentes eram Lênin e Rosa Luxemburgo, que defendiam uma profunda transformação revolucionária.

No interior da II Internacional, os grupos de trabalhadores de maior representatividade passaram a se organizar em torno de concepções ideológicas próprias. Na Alemanha, a corrente lassaliana de origem burguesa, une-se à eisenachiana puramente marxista, porém aos moldes alemães, propõem estabelecer a social democracia. A partir dessa discussão abriram-se novos caminhos. Dentro da Social Democracia, um grupo minoritário ainda defendia a aplicação do marxismo puro, enquanto a maioria pedia a presença das principais idéias de Marx, unidas à representação parlamentar. Bernstein justificava essa fusão de pensamentos dizendo que Marx, estava obsoleto, e que o capitalismo não aprofundava as diferenças, propondo ainda liberdade para o indivíduo, sem precisar pela ditadura do proletariado.

Na França, em 1877 tem início o movimento socialista francês, com Jules Guesde, um reformista anarquista que, criticava o partido dos trabalhadores franceses, a ponto de fundar um novo, o partido dos trabalhadores revolucionários franceses. Entretanto, a Inglaterra, não era muito fã de Marx, sendo assim a opção foi o Socialismo Reformista, ou seja, Marx aplicado à sociedade, com a atuação do parlamento, que adotaria o modelo fabiano de sociedade, com reformas sociais via Poder Legislativo, bem como a supressão da propriedade privada.

Contudo, após anos de discussão em torno da organização dos trabalhadores em nível mundial, capitalismo e socialismo continuaram se enfrentando, no sentido de melhorar as condições de trabalho nas fábricas e indústrias do mundo todo.



[1] Trabalho apresentado ao Professor Dr. Protásio Langer, como uma das avaliações de História Contemporânea I, do Curso de História da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD.

[2] Aluno do 4º ano da Graduação em História.

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